Por outro lado não é errado afirmar que nem sempre as mudanças trazidas por essa revolução tecnológica são benéficas. O salto dado pela tecnologia nas últimas duas décadas colocou a humanidade no limiar de grandes mudanças comportamentais, que se fazem notar em todos os aspectos da sociedade e, mais especificamente, dentro das famílias.
As reuniões familiares, onde havia conversa, troca de informações e calor humano, bem como desenvolvimento sócio-cultural, foram substituídas por horas à frente do computador. O trabalhador, após passar oito horas do seu dia envolvido com tecnologias facilitadoras do seu trabalho, ocupa as poucas horas livres que restam de seu dia para entreter-se nas redes sociais espalhadas pela internet, ou simplesmente diante da TV em algum programa cujo conteúdo não lhe trará benefícios intelectuais.
As crianças seguem o exemplo dos pais, e muito mais facilmente se adaptam a todo tipo de tecnologia, uma vez que são altamente exploradas pela indústria do entretenimento infantil. Pipa, peão, amarelinha e outras atividades lúdicas, onde as crianças de antigamente desenvolviam relações sociais, habilidades motoras e raciocínio, são substituídas por cargas horárias cada vez maiores de vídeo-game, cujos conteúdos nem sempre estão adequados à sua faixa etária.
Esses são apenas alguns poucos exemplos de um tema longo e controverso. É certo que a reviravolta tecnológica é irreversível e seu desenvolvimento é ascendente e acelerado. O que pode ser feito, e com urgência, é frear os seus excessos para não desmantelar o último local onde existe ainda algum convívio humano genuíno: a família.